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9 tipos de esterilização de materiais: qual é o mais seguro?
A esterilização de materiais é um processo extremamente importante para a segurança de um ambiente hospitalar. Ela deve ser feita em uma Central de Material Esterilização (CME) dos hospitais ou por uma empresa no ramo. Esse setor é responsável por limpar, dar acondicionamento, esterilização, guarda e distribuição dos materiais.
Existem várias formas de realizar esses processos. Nem todas, porém, são recomendadas para a esterilização de alguns materiais. A decisão de qual processo utilizar deve ser baseada no tipo de material e no risco de contaminação.
Veja abaixo quais são os principais tipos de esterilização disponíveis e qual é o mais seguro para o ambiente hospitalar.
Esterilização de materiais por meios físicos
Vapor saturado sob pressão
Esse tipo de esterilização utiliza autoclaves para a realização do processo. Ele pode ser subdividido em outros dois tipos também comuns, o vapor úmido e o vapor superaquecido. Para realizar a esterilização de materiais com vapor saturado sob pressão, é preciso que alguns cuidados sejam tomados. A água utilizada deve ser livre de contaminantes que possam interferir em todo o processo, danificando o aparelho ou os produtos a serem esterilizados.
Calor seco
Esse procedimento utiliza estufas de ar quente como forma de esterilizar os materiais. O processo de esterilização pode ser feito por meio de quatro métodos que englobam a técnica:
- Flambagem;
- Incineração;
- Raios infravermelhos;
- Estufas de ar quente.
Essa técnica de esterilização não é indicada para materiais de borracha, tecido e aço, devido à sua instabilidade frente às altas temperaturas. Opte pelo calor seco somente para a esterilização de instrumentos metálicos de ponta ou corte.
Radiação ionizante
A esterilização de materiais feita por radiação ionizante utiliza baixas temperaturas em seu processo. Ela é indicada para materiais termossensíveis, que não suportam altas temperaturas. O processamento com essa técnica engloba a alteração da composição molecular das células a partir da modificação do DNA. Isso provoca a perda ou a adição de cargas elétricas aos materiais.
Esterilização de materiais por meios químicos
Formaldeído
Esse método de esterilização possui função fungicida, virucida, bacteriana e, após 18 horas agindo, também possui ação esporicida. Ele é um gás incolor com forte odor, além de ser cáustico para a pele e carcinogênico. Pode ser encontrado em fórmulas aquosa e alcoólica. Sua grande desvantagem é a lentidão do processo, que pode levar até 18 horas para a esterilização dos materiais.
O formaldeído é indicado para processamento de materiais críticos, como cateteres, drenos e tubos de borracha, náilon, teflon, PVC, poliestireno (em ambas as formulações), laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico – apenas na formulação aquosa.
Glutaraldeído
Com potente ação biocida, bacteriana, virucida, fungicida e esporicida, a esterilização através do glutaraldeído pode ser encontrada em solução aquosa. A atividade esporicida se deve ao fato de o glutaraldeído reagir com a superfície do esporo, provocando o endurecimento das camadas externas e a morte do esporo, para que ocorra esta ação deve-se utilizar a imersão por um longo período, de mais de 8 horas. Esta solução apresenta a desvantagem da toxicidade para manipulação pelos profissionais. A exposição pode induzir asma em alguns indivíduos e causar dermatite de contato.
Esse processamento é indicado para a esterilização de materiais termossensíveis. Opte por esse método ao esterilizar enxertos de acrílico, drenos e tubos de poliestireno. O glutaraldeído também é indicado para a limpeza de equipamentos como endoscópios, conexões respiratórias, equipamentos de terapias respiratórias, dialisadores e tubos de espirometria.
Óxido de etileno
Um dos métodos mais eficientes na hora da esterilização de materiais, por preservar sua composição, é o processamento por óxido de etileno. Ele é indicado principalmente para materiais hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes líquidos, como instrumentos de uso intravenoso e cardiopulmonar, por exemplo.
Sua base é o óxido de etileno – C2H4O, um gás incolor e altamente inflamável. Para que o processo seja eficaz, esse tipo de esterilização age conjuntamente com a umidade relativa. Isso ocorre porque, com o aumento da umidade, também é aumentada a eficácia da esterilização.
Sua ação de grande efeito se deve ao fato de o óxido de etileno reagir com a parte sulfídrica da proteína do sítio ativo no núcleo do microrganismo, impedindo assim sua reprodução. Isso faz com que essa seja uma das formas mais seguras e eficazes de esterilização de materiais hospitalares. O que torna a esterilização por óxido de etileno a melhor forma de processar materiais, principalmente os hospitalares, devido ao seu custo/benefício.
Peróxido de hidrogênio
O peróxido de hidrogênio, também conhecido como água oxigenada, é um potente esterilizante e desinfetante. Entretanto, esse processo não é indicado para alguns materiais por ter alta ação corrosiva. Sua ação é mais eficaz em materiais termossensíveis, como capilares hemodializadores e lentes de contato. Essa substância pode ser encontrada em uma concentração de 3% a 6%.
Ácido peracético
Indicado para a esterilização de materiais termossensíveis que possam ser totalmente imersos no líquido. O ácido peracético tem ação esporicida em temperaturas baixas, mesmo quando há matéria orgânica. O processo não é indicado para esterilização de materiais de alumínio anodizado, por questões de incompatibilidade. Quando esterilizados por meio desse processo, os materiais devem ser usados imediatamente.
Plasma de peróxido de hidrogênio
Esse processo de esterilização é indicado para materiais como bronze, látex, alumínio, PVC, silicone, aço inoxidável, borracha, teflon e muitos outros. Possui uma mistura equilibrada entre água, ácido acético e peróxido de hidrogênio, o que faz com que ele não seja oxidante.
Como você pôde ver, existe uma grande variedade de processos de esterilização de materiais. A escolha deve ser feita baseada no tipo de material a ser processado e na agilidade necessária no processo. Se você ainda tem receio sobre qual é o melhor método de esterilização para hospitais, baixe aqui o nosso e-book “Processamento de materiais hospitalares” e tire suas dúvidas!